Patrícia Pillar retoma trabalho na TV (Diário de S.P)

Patrícia Pillar surpreende-se quando alguém a questiona se está preparada para emendar duas vilãs em novelas. A atriz, que interpretou a psicopata Flora em “A Favorita” (2008), será a reacionária Constância em “Lado a Lado”, que estreia hoje na faixa das seis. “Mas faz tanto tempo... As pessoas já esqueceram”, exagera a atriz, antes de buscar uma resposta mais objetiva. “São personagens completamente diferentes.”

De fato, Flora e Constância só compartilham a função de antagonista. A nova personagem de Patrícia não é nem uma psicopata nem uma bruxa má. A vilania da personagem recai na maneira como ela enxerga as mudanças sociais que ocorriam no Rio de Janeiro do início do século 20.

Constância vê com maus olhos os novos ventos da República. É por isso que vive em constante briga com a filha, Laura (Marjorie Estiano), uma jovem que defende a emancipação feminina e os direitos dos negros. “Constância é um retrato do pensamento de uma época”, defende. “Claro que eu não concordo com o discurso dela, mas há de convir que ainda tem muitas pessoas com opiniões desse tipo. É bem possível que muita gente se reconheça.”

Patrícia diz não saber qual será os limites da personagem. Mas os resumos dos capítulos já indicam que Constância pode ir longe. Ela seduzirá o senador Bonifácio (Cássio Gabus Mendes), futuro sogro de sua filha, para aproximar ainda mais as duas famílias. “Na cabeça dela, é algo perfeitamente aceitável”, diz Patrícia, que na trama, ainda ameaçará expulsar o filho, Albertinho (Rafael Cardoso), de casa quando ele disser que está apaixonado pela negra Isabel (Camila Pitanga).

Visual /“Lado a Lado” marca o reencontro de Patrícia com o público da faixa das seis. Antes de “A Favorita”, ela fez duas novelas do horário: “Cabocla” (2004) e “Sinhá Moça” (2006). É também o reencontro com as tramas de época. “Amo os figurinos. São vestidos maravilhosos, cheios de camadas... E tem cada renda!”, empolga-se.

A atriz também se anima para falar do cabelão com o qual aparecerá na trama – um truque da equipe de caracterização. Em vez de apliques, a atriz usa uma espécie de peruca que é colocada todo dia antes de entrar em cena. “Como a gente está no começo, ainda é um processo que me toma ainda uma hora e meia por dia”, explica. “Mas eu uso esse tempo para estudar o texto. Então está tudo bem.”