10/09/2012

Entrevista escrita *--*

Fantástico - Quando a Patrícia estava chegando aqui eu olhei pra ela e falei 'nossa, como você está bem, como você está bonita, e você vai ter que contar tudo isso pra gente'. e ela falou 'eu detesto essa abordagem em cima da nova mulher'.

Patricia – Só se fala nisso. Só se fala em magreza, em idade, em plástica. Ah isso cansa, isso é muito chato.

Patricia - Nada mais objeto que isso. Você tem que obedecer a um padrão, você não pode engordar você não pode envelhecer, isso eu acho muito chato. Muito limitador, no que é ser uma mulher.

Patricia - Talvez, é uma luta inglória. A gente vai envelhecer normal.

Fantástico - Você não tem medo de envelhecer?

Patricia - Eu tenho medo de perder saúde, de perder as funções, de poder ir e vir. Essas coisas realmente a idade limita, a gente via perder, são perdas que a gente vai tendo durante a vida.

Onze anos atrás, Patrícia passou por um drama pessoal: teve um câncer de mama. Totalmente curada, pra ela o assunto é passado. Aliás, qualquer assunto mais pessoal na sua vida ela gosta de lidar como uma típica capricorniana.

Patricia: Procuro levar minha vida de maneira muito sóbria. De ter uma vida particular.

Patricia - Eu tive vontade de ser mãe. Não era uma necessidade louca, mas eu tive o desejo, e não pude ter.

Fantástico - Você sente falta?
Patricia - Acho que eu já superei.

Fantástico- Isso é público, todo mundo sabe, você viveu 10 anos lado a lado com o poder enquanto foi casada com o deputado Ciro Gomes. Mudou a sua visão da política do Brasil estar tão perto assim do poder?

Patricia - Acho que hoje em dia eu talvez não me permita certas ingenuidades. Por exemplo, acreditar em tudo que eu leio, em tudo que eu vejo.

Fantástico - Você é filha de militar?
Patricia - De oficial de marinha e de uma funcionaria pública.
Fantástico - Uma educação rígida ou você sempre teve liberdade?
Patricia - Mais pra rígida. Meu pai era mais sério. Eu acho que me ensinou valores. Eu acho que mais por eu saber me defender. Mais do que uma coisa castradora, era uma ideia de me fortalecer, de saber lidar com as coisas da vida

Patricia estreou nas novelas em Roque Santeiro, em 1985.

Patricia - Eu fazia uma atriz de televisão. Linda Bastos.

Entre os papeis mais marcantes nos quase 30 anos de carreira, estão a cortadora de cana Luana, de "O Rei do Gado", e, claro, a inesquecível flora de "A Favorita".

Quatro anos se passaram, e Patricia volta agora como Constância, uma ex-baronesa do café na nova novela das seis, "Lado a lado".

Fantástico - É mais uma vilã das boas que vem por aí?

Patricia- É uma mulher como muitas que gente vê hoje, fútil.
Fantástico - Só pensa nela?
Patricia - Superficial, só pensa nela, egoísta, vaidosa. Que é capaz de qualquer coisa para manter o seu status, para manter o que ela perdeu. Ter de volta o que ela perdeu.

Fantástico - Quem é mais vilã, a Flora ou a Constancia?
Patricia - São muito diferentes, são de enfermarias bem diferentes. A Flora era uma doente.

Fantástico - Onde você foi encontrar a Constancia para representá-la?

Patricia - Estou fazendo uma aula de bale clássico. Eu acho que o balé clássico tem uma postura de nobre, e a Constancia tem berço.

Fantastico - É uma personagem que conta uma época da história do Brasil?

Patricia- E a Constancia é representante de uma certa elite que ainda persiste que é aquela egoísta, que tem nenhum senso de justiça.

Patricia - É bem importante a gente ver como a gente nasceu como sociedade, como república. a república que a gente tem hoje, com as suas qualidades e seus defeitos, o nascedouro foi ali.

Fantástico - Qual o momento mais emocionante que você elegeria da sua carreira?

Patricia - A festa do Oscar foi muito interessante. Foi com o Quatrilho. Chegar lá e a primeira pessoa que eu vi foi o Anthony Hopkins. Brad Pitt.

Fantástico - Vira tiete?
Patricia - Com certeza. Anthony Hopkins, quando eu olhei, foi a primeira pessoa, saltei da Limosine e vi o Anthony Hopkins, ah!

Fantástico- Muito bom estar do outro lado.
Patricia - Muito bom. Eu realmente compreendi o que as pessoas sentem e chegam na gente com carinho e admiração.

Patricia - A vida é curta, a vida é linda e eu quero ter relações verdadeiras com as pessoas, com os amigos, com os colegas de trabalho. Com o meu próprio trabalho.

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