23/09/2012

Patrícia Pillar: "Acho importante variar. Faz bem para o artista"

A atriz atualmente interpreta a Constância, em Lado a Lado Publicidade A presença de Patrícia Pillar em novelas é quase bissexta. O último folhetim em que ela atuou do início ao fim foi A Favorita, que estreou em 2008, quando interpretou a antagonista Flora. Agora, ela volta à teledramaturgia na pele de mais uma vilã, a Constância de Lado a Lado. Encarnar dois papéis de perfil parecido na sequência, no entanto, não a incomoda. "Não faço cálculos de tempo para descansar minha imagem e não vejo problema em fazer duas antagonistas seguidas. Não costumo fazer novelas próximas para poder investir em outras coisas", argumenta Patrícia, que também participou de Passione, em 2010, e de As Brasileiras. Além disso, apresentou o Som Brasil, em 2011, e se lançou como diretora com o documentário Waldick, Sempre no Meu Coração, sobre o ícone da música brega Waldick Soriano. "Acho importante variar. Faz bem para o artista", opina. Na novela, Patrícia encarna uma mulher ambiciosa, que bota seus objetivos acima de tudo e todos e acaba provocando o mal. Apesar de suas ações visarem o bem da família, a ex-baronesa usa artimanhas pouco éticas e reprime os próprios filhos, Laura, interpretada por Marjorie Estiano, e Albertinho, de Rafael Cardoso. "Ela ama os filhos e quer que eles sejam felizes. Só que através do caminho que ela acha certo. A Constância tem uma visão obtusa e conservadora", avalia. A trama se passa no início do século XX, logo após a criação da República. O Rio de Janeiro enfrenta transformações, como a modernização das ruas e prédios e o nascimento das favelas. Durante a Monarquia, a família de Constância era da aristocracia do café, mas entrou em decadência com o fim da escravatura. Para garantir a posição social do clã, a ex-baronesa mantém um relacionamento extraconjugal com um homem influente e investe no casamento de Laura com um rapaz rico. A filha, porém, faz parte de um grupo de mulheres que, já na época, sonha em trabalhar e se emancipar. "A Constância acha que o casamento fará a filha feliz e que é a solução para os seus problemas. Mas ela não consegue conter o pensamento da Laura, que vai muito além disso", analisa. Por valorizar a imagem social da família, a ex-baronesa não admite que Laura seja amiga da filha de escravos Isabel, de Camila Pitanga, e muito menos que Albertinho se envolva com a moça negra e pobre. Para ela, toda a classe social da qual Isabel faz parte é irrelevante e não merece qualquer tipo de consideração. "A novela fala do nascimento da sociedade moderna. E a Constância representa a parte da nossa elite que é egoísta e que não demonstra nenhuma sensibilidade social", ressalta. Para compor o papel, Patrícia participou de um laboratório sobre os acontecimentos históricos e a cultura do início do Século XX com preparadores da Globo. Nas aulas, aprendeu também alguns trejeitos, como a andar com a elegância de uma baronesa do café. "É maravilhoso ter acesso a tantas informações e uma caracterização tão forte, com vestidos cheios de camadas e rendas. Tudo ajuda na linguagem da personagem", comemora a atriz, que se empenhou para criar uma vilã repleta de sutilezas. "A Constância tem características de uma mocinha. Ela é doce e feminina", destaca. Patrícia já fez inúmeros folhetins de época, como as duas versões de Sinhá Moça, de 1986 e de 2006, Salomé, de 1991, e Cabocla, de 2004. "Eu adoro esse universo", confessa. Mesmo com as semelhanças entre a atual personagem e as anteriores, especialmente a baronesa Cândida, do remake de Sinhá Moça, a atriz acredita que os papéis se distanciam em diversos pontos. "Cândida era do campo. Essa é uma ex-baronesa da cidade, o que muda tudo. O declínio financeiro desestrutura a família dela, é outra dinâmica", compara.

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