10/01/2009

Patrícia Pillar e Claudia Raia se despedem de Flora e Donatela

Não há como negar: Patricia Pillar e Claudia Raia nunca mais serão as mesmas depois de “A favorita”, que chega ao fim na sexta-feira. Há sete meses, as duas vêm dando um show na pele de Flora e Donatela, personagens complexas que as obrigaram a testar os próprios limites. A provar que conseguiriam guardar segredo e a brincar de esconde-esconde com o público. Afinal, a dupla teve que se camuflar, ser dúbia até o
capítulo 65, quando, enfim, Flora se revelou a vilã. Foi justamente essa subversão do folhetim tradicional feita pelo autor João Emanuel Carneiro que instigou ainda mais as intrépidas atrizes. Claudia confessa que as pernas bambearam ao saber quem era Donatela. Respirou fundo e seguiu adiante.
— Quando li a sinopse, pensei: “Meu Deus do Céu, tinha que me preparar um ano para fazer essa personagem”. Eu não seria uma escolha óbvia, foi surpreendente para mim. Foi bacana ter tido a chance de exercitar esse lado, fazer uma personagem desglamourizada, que não se apóia em nenhum estereótipo que marcou a minha carreira — conta Claudia.
Já Patrícia se surpreendeu com a crueldade sádica de Flora.
— Nunca pensei que a Flora fosse ser tão perversa, tão má e tão complexa. Para ela, não existe freio. Na verdade, ela tenta substituir um vazio existencial profundo, um complexo de inferioridade e um sentimento de rejeição, o que resultou em uma extrema falta de amor — analisa.

E por falar em amor...

Claudia vem percebendo esse sentimento do público com sua personagem desde que Flora mostrou suas garras. Se no início os telespectadores ficaram emburrados pela mocinha não ser a vilã, e chegarem
até a boicotar por um tempo a novela, resistindo em não vê-la, a atriz afirma que, hoje, as pessoas só querem ver Donatela se dando bem e Flora pagando pelos seus erros.
— Quando o público é instigado, provocado, ele reage um pouco. Teve gente que parou de ver novela por um período, uma loucura! Mas de uns tempos para cá, acontece o que tem que ser: o público torce pela Donatela e quer vingança para Flora. Gritam o nome do meu personagem quando passo, dizem para matar
a Flora — comemora.

Melhor Atriz do Prêmio Extra

Em contrapartida, Patricia, que poderia esperar uma certa hostilidade do público — quem sabe até um pouco de agressividade —, acabou se surpreendendo com a reação do telespectador a sua megera. Prova disso foi o resultado do último Prêmio Extra de TV, em que ela ganhou, por votação dos leitores, o troféu de Melhor Atriz de 2008:
— Estou muito feliz por receber o apoio e o carinho do público, mesmo interpretando uma vilã. E tive a sorte de trabalhar com pessoas que admiro e que me ensinaram muita coisa. Olho para trás e vejo o quanto aprendi e como me orgulho de ter compartilhado alguns momentos com esses companheiros.
É inegável que Patricia será vista com outros olhos a partir do “tsunami” Flora. Tanto para o público quanto para a classe artística, que sempre a assitiu na televisão em papéis mais mansos, sendo difícil imaginá-la feroz, irracional, uma louca. Mas a psicopata das oito virou a atriz de cabeça para baixo.
— João Emanuel (Carneiro, o autor) criou uma personagem que reúne todas as vilanias possíveis. Desde não amar a própria filha até matar friamente. Flora demanda muita energia e as cenas têm que vir impressas disso — diz Patricia, que encontrou no boxe um aliado para ganhar mais vigor.

Desaprender a andar com classe
Por sua vez, Claudia teve que perder a elegância de seu andar para dar peso ao de Donatela.
— Seus gestos são mais cortantes, nada sinuosos. Ela é muito objetiva — comenta a atriz, que ficou três semanas focada em achar o jeito de andar, falar e respirar da personagem.
Nesta busca pelo comportamento de Donatela, Claudia viu crescer a intimidade com Mariana Ximenes, a Lara. A relação entre mãe e filha de mentirinha aproximou ainda mais as duas atrizes fora de cena:
— Mari frequenta a minha casa, virou minha filhota mesmo. Toma café com meus filhos, que a chamam de irmã em segundo grau. Foi um grande encontro, um dos lindos encontros dessa novela. Ela é uma bela atriz, muito compenetrada, estudiosa e dedicada.
Com um trabalho memorável nas mãos, Claudia e Patricia têm mesmo é que comemorar. E estreitar ainda mais a sintonia que mantêm fora de cena.
— O clima entre a gente é ótimo, Patricia é uma querida companheira de trabalho — elogia Claudia. A intérprete da vilã retribui o carinho: — Além de ser uma grande atriz, Claudia é muito carinhosa e divertida.

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